Deixa de ser besta, nem eu me acho...: Você acha mesmo que eu sou alguma coisa?

Para você compreender esse texto, antes de tudo, tem que se conscientizar de que não estou dando satisfações, não estou me comparando, não estou tentando me equiparar ao nível do mestre Suassuna e tampouco estou explicando. Estou APENAS, em caixa alta proposital, usando como REFERÊNCIA para deixar clara a minha intenção e cristalino o meu texto e raciocínio. Estamos combinados?

Outro dia desses, dei risadas porque ouvi de uma pessoa próxima:
Como você pode ser pobre, se você é, ou diz que é (e eu ri ainda mais) Teólogo, Psicólogo, Pastor, Jornalista e Escritor?

A inocência, ou maldade, dessa frase já vale por um stand-up inteiro. Como se o simples fato de ter diplomas ou dons naturais fosse sinônimo automático de riqueza. Ora, se conhecimento enchesse bolso, bibliotecas seriam cofres e professores seriam donos de iates. Mas, na prática, o que enche o bolso é a malandragem, a esperteza, a capacidade de vender até vento com embalagem bonita. (Perceba a ironia.)

Poucos têm ideia de como ri. Não me senti ofendido nem um pouco, porque essa opinião absurda, nítida e com o claro intuito de me diminuir, desvalorizar ou denegrir (ops), nem sequer arranhou meu caráter, ego ou brios. E sabe por quê? Porque eu, literalmente, caguei e andei. E olha que veio de uma pessoa bastante próxima a mim. Meu sogro. Sim, sogro. Aquele ser iluminado que já nasce com o dom natural de testar paciência, de questionar até a cor da sua camisa.

Agora, deixa eu explicar por que ri tanto. Eu falo constantemente, e falo com uma certa dose de sincericídio: eu não sou ninguém. Repito aos quatro cantos que não sou nada e nunca me achei melhor do que meu semelhante. O problema é que, no mundo atual, quando você se declara “ninguém”, as pessoas acham que é falsa humildade. Parece que só dá pra existir em duas categorias: ou você é um gênio incompreendido, ou é um fracassado. O meio-termo, esse espaço saudável onde se vive em paz, ninguém aceita.

Pastor e Teólogo? Fui vocacionado, estudei no Seminário Congregacional (não concluí), estudei no STCRJ (Bacharel), estudei na Estep (Mestrado e Doutorado) e fui consagrado pelo reverendo Caio Fábio de Araújo Filho, em 31 de agosto de 2000.
Jornalista? Formado em 2002, mas já trabalhava há uns 7 ou 8 anos.
Psicólogo? Duas faculdades: Unicarioca e Sul-Americana.
Escritor? Dom natural.

E aqui entra a ironia: tem gente que me olha e pensa “esse cara se acha”. Ah, se soubessem como é divertido rir de mim mesmo. Ficou claro? Pastor, Teólogo, Psicólogo, Jornalista e Escritor. Sabe contar? Cinco profissões. E eu deveria me sentir “O Cara”? Repita comigo: cinco profissões.
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Eu sou o cocô do cavalo manco, do bandido perneta, burro como uma mula, e, se duvidar, ainda tropeço no meu próprio ego inexistente.

Não estou me comparando, apenas dando um exemplo. Repita essa frase dez vezes até entrar na cabeça de alguns retardados:

Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.
Não estou me comparando, apenas dando um exemplo.

E ainda debocham porque eu digo que escrevi 162 livros ou eBooks.
“Ah, mas ninguém escreveu tanto em tão pouco tempo…” Pois é, comecei a escrever em 1989 e ainda acham pouco tempo.

Talvez porque eu não gaste meu tempo medindo a vida alheia com régua torta.

Enquanto uns contam fofocas, eu conto páginas. Enquanto uns acumulam ódio, eu acumulo palavras. E, no fim, qual é a diferença? A deles apodrece em silêncio, a minha fica registrada, mesmo que seja para ser esquecida.

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Agora sim, vamos conhecer um senhor que foi, de fato, um gênio de verdade:

Ariano Vilar Suassuna (João Pessoa, 16 de junho de 1927 – Recife, 23 de julho de 2014).

Ele foi:
1 – Intelectual
2 – Escritor
3 – Filósofo
4 – Dramaturgo
5 – Professor
6 – Romancista
7 – Artista plástico
8 – Ensaísta
9 – Poeta
10 – Político
11 – Advogado brasileiro

Sabe contar? Onze profissões.

E aqui está a diferença brutal: enquanto eu gasto energia tentando explicar que não sou nada, Ariano simplesmente era. Não precisava defender título, nem justificar vocação. Ele respirava arte, exalava cultura, fazia da vida uma obra de teatro onde a plateia nunca saía indiferente.

A pergunta que nasce nessa hora é: quem sou eu, se comparado ao mestre Ariano Suassuna?
Um grão de areia diante de uma montanha, um aprendiz que mal arranha a superfície enquanto ele erguia catedrais de palavras.

A diferença é abissal, e justamente por isso, bela.

Porque ao reconhecer a grandeza de um gênio, a gente também descobre o tamanho da própria pequenez, e aprende a rir dela, sem perder a dignidade.

Léo Vilhena & Ariano Suassuna


Autor

  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


    "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    NOTA | Para ficar bem claro: utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos apenas para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuação.

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