Quando a realidade incomoda mais que o calor da #Flop30

A fala do chanceler alemão que desmascarou o governo brasileiro. O escândalo não foi o comentário, foi a reação.


O Brasil tem vivido dias de ebulição e de uma certa ‘diarreia mental’ que impede as pessoas de pensar e as leva a reverberar ideias loucas e insanas.

O mimimi da vez seria a ‘SUPOSTA’ ofensa, “gravíssima e criminosa”, que o chanceler alemão, cargo equivalente ao de primeiro ministro, Friedrich Merz, teria cometido contra a #Flop30 em Belém do Pará.

Logo de saída, deixa eu te contar uma coisa: ele não falou nada demais.

Vamos aos fatos:

1 Ele não ofendeu. Ele apenas reverberou a realidade. A frase dele foi: “Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’ Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha na noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar, Belém, onde estávamos.” Ele não falou mal do Brasil. Ele foi cirúrgico ao comentar que se referia àquele lugar, Belém do Pará. Ele disse da desorganização. Preciso desenhar?

2 A #Flop30 demonstrou problemas graves de infraestrutura, falta de água, comida, hospedagem, papel higiênico, alta nos preços e até falta de ar condicionado para enfrentar o calor extremo da região. Uma rápida pesquisa no Google confirma tudo isso. #CarloCauti da #RevistaOeste também pode confirmar, porque ele sofreu naquele lugar.

3 Ele não foi deselegante. Foi sincero e expôs os problemas da #Flop30. Ele reclamou porque os Europeus valorizam a organização.

Para abafar e esconder o fracasso da #Flop30 e sua desorganização, o governo brasileiro, de forma coordenada, começou a atacar a fala do chanceler para encobrir sua penosa e vergonhosa administração, tentando descredibilizar suas afirmações.

Repito, ele não disse nada demais e não mentiu.

Quem mente, engana e não assume a responsabilidade pelo fracasso vergonhoso é o governo brasileiro, que em matéria de desorganização, desvios de recursos e mentiras é um verdadeiro Maquiavel.

E por que eu recrimino veementemente o governo, ou, desgoverno brasileiro e seu atual chefe do Executivo?

Porque ele disse que Belém é melhor do que Berlim.

Cachaceiro, mentiroso e ladrão… Descondenado.

Na década de 2.000, morei em Berlim, em Schoenhauser Allee e conheço Belém do Pará. Tentar comparar qualidade de vida, PIB, infraestrutura e nível de vida entre as duas cidades faz tanto sentido quanto comparar um Fusca e uma Ferrari. Ambos são carros e começam com a letra F, mas você ousaria colocar os dois lado a lado como se fossem equivalentes?

É exatamente essa vibe. A realidade está escancarada, mas a necessidade de criar narrativas supera qualquer compromisso com o bom senso. É o tipo de comparação que só existe na cabeça de quem prefere inventar mundos paralelos a encarar o óbvio. Porque, quando a gestão falha, sempre sobra a fantasia para tentar salvar o discurso.

No fim das contas, a verdade dói, e, quando o vexame é grande, a gritaria costuma ser ainda maior, para tentar encobrir suas incapacidades.

O curioso é que, no meio desse caos, a indignação seletiva virou esporte nacional. Quem sabe um dia a gente aprenda que negar a realidade não faz o calor diminuir nem a desorganização sumir.

Léo Vilhena / Jornalista


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Autor

  • Sobre o autor

    Léo Vilhena é fundador da Rede GNI e atua há mais de 25 anos como jornalista e repórter, com passagens por veículos como Jornal Unidade Cristã, Revista Magazine, Rede CBC, Rede Brasil e Rede CBN/MS. Recebeu o Prêmio de Jornalista Independente, em 2017, pela reportagem “Samu – Uma Família de Socorristas”, concedido pela União Brasileira de Profissionais de Imprensa. Também foi homenageado com Moções de Aplausos pelas Câmaras Municipais de Porto Murtinho, Curitiba e Campo Grande.

    Foi o primeiro fotojornalista a registrar, na madrugada de 5 de novembro de 2008, a descoberta do corpo da menina Raquel Genofre, encontrado na Rodoferroviária de Curitiba — um caso que marcou a crônica policial brasileira.

    Em 2018, cobriu o Congresso Nacional.

    Pai de sete filhos e avô de três netas, aos 54 anos continua atuando como Editor-Chefe da Rede GNI e colunista do Direto ao Ponto, onde assina artigos de opinião com olhar crítico, humano e comprometido com a verdade.


    "Os comentários constituem reflexões analíticas, sem objetivo de questionar as instituições democráticas. Fundamentam-se no direito à liberdade de expressão, assegurado pela Constituição Federal. A liberdade de expressão é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal brasileira, em seu artigo 5º, inciso IV, que afirma que "é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato"


    NOTA | Para ficar bem claro: utilizo a Inteligência Artificial em todos os meus textos apenas para corrigir eventuais erros de gramática, ortografia e pontuação.

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